quinta-feira, 16 de agosto de 2012




Hoje assisti a uma palestra com o poeta e tradutor Ivo Barroso. Ele contou um pouco sobre o árduo trabalho que é feito para traduzir poemas, pois é necessário ser fiel, não apenas ao sentido, mas também à métrica e rimas utilizadas pelo autor em sua lingua original.

A tradução discutida era do livro ¨Os Gatos¨ do aclamado poeta inglês T.S. Elliot que foi reeditado agora pela Companhia das Letras.

Ao longo de sua vida, T. S. Elliot sempre compareceu aos aniversários dos filhos de seu chefe na editora Faber & Faber, ao invés de levar presentes usuais como brinquedos ou roupas,a cada ano ele escrevia um poema para os meninos, sempre sobre gatos. Depois de muitos anos, esses dois meninos já crescidos, tiveram a idéia de editar esses poemas. A princípio o autor não gostou muito da idéia, pois já era reconhecido como um poeta para o público adulto e achava que suas poesias para crianças não eram muito boas, mas independente de suas projeções, o livro acabou fazendo muito sucesso. Inclusive é uma obra que ao ser musicada, muitos anos depois por Andrew Lloyd Webber deu origem a um dos musicais mais famosos da Broadway o ¨Cats¨.

Esse livro é uma ótima oportunidade para que os pequenos tenham contado com essa forma tão agradável aos olhos e ouvidos que é a poesia. Indicado para crianças a partir dos 8 anos de idade.

Bicolina

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Procure, ache e se divirta!


Quem nunca se deliciou com o desafio de encontrar o Wally em uma imagem cheia de detalhes feitos para confundir nossos olhos? Esses livros interativos que estimulam a criança a procurar elementos na imagem, além de estimularem habilidades cognitivas, são muito divertidos e proporcionam uma interação com o livro independente da presença de um adulto. 

Hoje existem muitas coleções desse gênero, elas variam pelo tema e nível de dificuldade que pode ser percebido pelo tamanho dos desenhos e quantidade de detalhes. 

A Coleção ¨Onde está?¨ da editora DCL, tem uma versão para meninos e uma para meninas, é feita de páginas cartonadas (aquelas mais durinhas e resistentes) ideal para as crianças a partir dos 3 anos de idade. 

¨1001 Surpresas¨ é uma coleção linda da editora Usborne. Tem surpresas para procurar no ¨Reino Encantado das Fadas¨,  ¨Com os Piratas¨ e ¨Na Cidade¨. Indicado para crianças a partir dos 4 anos. 

e por fim o clássico ¨Onde está Wally¨ que tanto amamos e que foi traduzido e editado pela editora Martins Fontes. Como seus desenhos são um pouco menores normalmente é indicado a partir dos 5 anos de idade.

Bicolina.


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Sobre nossas indicações


¨Os estudos psicanalíticos se haviam centrado no efeito dos contos sobre o amadurecimento afetivo das crianças, na análise de como a experiência literária na infância estimula a criação de representações que contribuem para a construção da 
personalidade. A partir da psicologia cognitiva, e dos estudos de Piaget em particular, tentou-se, diferentemente, delimitar a relação entre a capacidade de recepção dos contos e o grau de desenvolvimento das crianças, isto é, o estágio das operações mentais, que os leitores infantis são capazes de realizar. ¨ Teresa Colomer, no livro A Formação do Leitor Literário.

Podemos dizer que o campo de produção e de crítica sobre a literatura infantil é resultado de um processo histórico-bibliográfico, que leva em consideração estudos de diversas áreas de conhecimento, como da pedagogia, literatura, psicologia e sociocultural.

Dentro dessa perspectiva que eu e Peppa selecionamos títulos e indicamos a faixa etária dos livros para crianças e adolescentes. Gostaríamos de lembrar no entanto que cada individuo é único em seu processo de aquisição de habilidades de leitura, por isso são apenas indicações, cabe ao adulto ou leitor decidir se, se enquadra nessa indicação ou não.

Bicolina.

Psicanálise nos Contos de Fadas


Os contos de fadas configuram um dos primeiros gêneros criados especificamente para crianças, a principio a transmissão dessas histórias se dava através de relatos orais, o que propiciou a criação de uma grande gama de versões sobre as mesm
as histórias. Em cada uma dessas versões algum aspecto interpretativo poderá ficar em evidência, dependendo da construção da narrativa e da escolha dos detalhes utilizados para criar o desfecho da trama. Em alguns casos a história poderá propiciar ao leitor uma interpretação da história, utilizando seus elementos de forma simbólica enquanto acompanha a personagem principal em sua trajetória entre adversidades até chegar na solução de seus problemas, porém em outras versões essa interpretação será mais obvia pois há a intenção do autor de passar algum tipo de moral edificante que dê ao leitor receitas de como se portar na vida real. 

No livro ¨Psicanálise nos contos de fadas¨ o autor Bruno Bettelheim analisa a importância da leitura desses contos para as crianças, pois através da leitura e interpretação deles, elas podem se confrontar com seus sentimentos mais íntimos de forma indireta, dando ordem a eles. A vida é repleta de dificuldades e o processo de amadurecimento não se dá de forma simples e livre de angústias, as crianças ao lerem os contos de fadas ( pois estes sempre tem um final feliz) ganham então a esperança de que serão recompensadas mais adiante, através de seu esforço e determinação.

Para quem se interessa pelo tema, é muito interessante combinar a leitura da análise que Bettelheim faz de cada conto com os originais do Andersen e dos Irmãos Grimm. 

¨Psicanálise nos contos de fadas¨ - Bruno Bettelheim - Ed. Paz e Terra
¨Contos de Fadas, edição comentada e ilustrada¨ - comentários, introdução e notas de Marcia Tatar - Ed. Jorge Zahar

Leitura indicada para os adultos de plantão

Bicolina :)


segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Arte e criatividade




Eu amo colorir e desenhar, pode-se perceber pela capa da nossa página no facebook, porém durante muitos anos eu fiquei sem ter esse prazer porquê comecei a acreditar que para desenhar eu deveria fazer isso ¨bem¨. Gosto de desenhar, mas o que desenharei? uma folha em branco e uma infinidade de possibilidades pode deixar adultos ou crianças um pouco na dúvida.

Quando as crianças começam a alfabetização, aos poucos a escola vai deixando de incentivar o desenho e pode ser exatamente  nesse periodo que elas comecem a se cobrar demais sobre a técnica ou beleza deles, então, é de extrema importância incentivar o desenho pelo ato e não muito pelo resultado estético. Tenho o prazer de dizer que conheci uns livros muito bons, feitos para crianças que queiram deixar a imaginação fluir e desenhar até cansarem de se divertir.

¨Livro de desenhos para meninas¨ (tem para os meninos também) da editora Usborne, em um formato de bloco com folhas destacáveis, vem com alguns desenhos para serem complementados pela imaginação da criança. É só ela pegar a canetinha, o giz de cera ou o lápis de cor e resolver ¨quem está no salão do castelo¨ ou ¨quais são as estampas dos vestidos¨ ou ¨desenhe o rosto desses seis monstros¨ entre muitas outras coisas engraçadas, que estimulam a criatividade. Para crianças a partir dos 6 anos de idade.

¨Vamos fazer um monte de arte¨ da Marion Deuchars, editado pela Pinakotheke. Esse livro que também é para ser muito rabiscado e desenhado, é indicado para crianças a partir dos 8 anos. No inicio do livro são apresentados os materiais que um artista mirim precisará, a diferença dos lápis e das tintas para conseguir efeitos diferentes, os acessórios necessários e depois a criança começará a fazer sua própria arte passando por diversos estilos dos artistas famosos, de Da Vinci à Pollock.

Bicolina.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012


 
 
Como realizar a crítica de uma literatura destinada a tão jovens leitores cheios de subjetividade e que são capazes de facilmente se transportar para universos tão complexos e cheios de fantasias?
Se o debate dessa questão se estende há tanto tempo, é interessante pensar como uma das mais importantes autoras brasileiras de livros infantis percebia a questão. Cecília Meireles em seu texto “Problemas da literatura infantil” publicado em 1979 pela editora Summus, destaca a literatura oral enquanto um registro folclórico que perdura por séculos, responsável por levar histórias aos iletrados, precedendo assim ao alfabeto: “vasta herança literária transmitida dos tempos mais remotos, de memória em memória e de boca em boca”.
Contos clássicos são cheios de elementos tradicionais – e por isso se tornaram clássicos – bruxas, reinos encantados, dragões, fadas, príncipes e princesas, castelos, entre outros. Essa magia vaga no imaginário das pessoas ao redor do mundo, provavelmente desde a infância, remetendo muitas vezes a uma série de ensinamentos e elementos moralizantes. “Vagarosamente elaborada, pela contribuição de todos, essa literatura, possui todas as qualidades necessárias à formação humana. Por isso, não admira que tenham tentado fixá-la por escrito, e que, sem narradores que a apliquem no momento oportuno, para maior proveito do exemplo, a criança se incline com ávida curiosidade para o livro, onde esses ensinamentos perduram”.
Cecília Meireles tendo como premissa a complexidade da infância, “reino que o homem começa a desconhecer desde que o começa a abandonar”, levantada uma questão: como um adulto conseguiria se comunicar com a criança através do livro escrito: haveria uma parcela de criança no adulto para se comunicar ainda com esse universo, e haveria uma parcela adulta na criança para aceitar, e até mesmo gostar daquilo que lhe é oferecido? Cecília Meireles nos diz que a crítica deve ser submetida ao uso da criança, “mais acertado parece submetê-lo ao uso – não estou dizendo a crítica – da criança, que, afinal, sendo a pessoa diretamente interessada por essa leitura, manifestará pela sua preferência, se ela a satisfaz ou não”. Assim, Cecília Meireles afirma que a literatura infantil só existe “a posteriori”, somente depois da delimitação da criança, depois do que foi lido por elas com “utilidade e prazer”. A leitura com utilidade compreende, por sua vez, obras de qualidade literária que problematizam questões do universo infanto juvenil explorando as complexidades particulares – tanto as perdas quanto os ganhos do universo infantil – e ainda, respeitando e compreendendo o modo de perceber o mundo da criança, sendo assim um trabalho com compromisso ético.

Enriqueta leria também adora teoria : )

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Mortos de Fama




O que faz uma pessoa permanecer famosa mesmo depois de anos ou até séculos após sua morte?
Essa é uma pergunta que com certeza a Enriqueta se faria e que a coleção de livros ¨Mortos de Fama¨ editada pela Companhia das Letrinhas pretende responder.
Numa biografia escrita em linguagem bem simples e com algumas ilustrações que nos lembram as histórias em quadrinhos, os autores vão contando um pouco sobre a vida desses personagens tão importantes da história mundial. Com um humor um tanto irônico, vai sendo feita uma contextualização histórica que pretende justificar a importância dos atos e invenções feitas por esses grandes nomes. ¨Como teria sido o diário do Elvis¨, ¨Como era a escola na época do Alexandre o Grande¨ ¨O que Joana D´arc gostava de fazer quando não tinha que ajudar seus pais¨ são algumas das curiosidades que essa série de livros conta para os  ¨leitores mirins curiosos¨, a partir dos 10 anos de idade.

Alguns títulos da coleção:

Albert Einstein e seu universo inflável;
Elvis e sua pélvis;
Os cientistas e seus experimentos de arromba;
Cleópatra e sua sede de fama;
Isaac Newton e sua maçã;
William Shakespeare e seus atos dramáticos;
Alexandre, o grande e sua sede de fama.
Alcapone e sua gangue;
Espártaco e seus gloriosos gladiadores
Inventores e suas idéia brilhantes;
Joana D’Arque e suas batalhas;
Leonardo Da Vinci e seu super cérebro.

Bicolina

Ps: É muito comum que os pequenos tenham seus livros surrupiados da prateleira por um tempo. Os adultos também adoram essa coleção. Peppa e Bicolina estão de prova.